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16 de fevereiro de 2023

Cirurgia e Anestesia para Sobreviventes da Pólio!

Se você está planejando fazer uma cirurgia, é importante certificar-se, que sua equipe cirúrgica esteja ciente de que você tem Síndrome pós pólio. 
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É sua responsabilidade informá-los sobre reações anteriores a medicamentos usados em cirurgias.
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Informe seus médicos (incluindo anestesistas) e dentistas (se for cirurgia dental) sobre seus sintomas, especialmente respiratórios (dificuldades respiratórias, apneia do sono ou falta de respiração) ou dificuldade em engolir. 
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Isso é importante, porque as pessoas com Síndrome Pós Pólio (SPP) podem exigir doses menores de anestésico durante a cirurgia, devido ao aumento da sensibilidade do músculo a relaxantes, bem como devido ao anestésico geral que deprime o sistema respiratório. 

Saiba mais:

Como o anestésico geral deprime o sistema respiratório (fazendo você respirar mais superficialmente) e pessoas com SPP geralmente tem um sistema respiratório enfraquecido é possível que o risco de complicações durante a cirurgia possa ser maior.
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No entanto, em procedimentos que requerem anestesia local, tais como cirurgia dental, endoscopia, colonoscopia etc. Mais anestésico (até o dobro) pode ser necessário.
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A cirurgia ainda pode ser relativamente segura se você seguir alguns pontos para reduzir os riscos:

Pré-operatório
  • Converse com seus médicos sobre seus sintomas;
  • Pergunte aos médicos o que você pode fazer nas semanas anteriores até a cirurgia;
  • Se você fuma ou bebe, diminua a quantidade que está ingerindo;
  • Mantenha-se ativo antes da cirurgia.
Pós-operatório
  • Siga o protocolo do hospital para evitar infecções respiratórias. O protocolo pode incluir atividades como respiração profunda, tossir, etc;
  • A ventilação mecânica pós-operatória pode ser necessária para ajudar com a respiração após a cirurgia;
  • Esteja ciente de que, por algumas semanas seu equilíbrio e nível de mobilidade, pode não ser o mesmo de antes da cirurgia, pois a sedação pós-operatória aumenta problemas de mobilidade para aqueles com músculos enfraquecidos;
  • Use auxiliares de locomoção/cadeiras de rodas conforme prescrito;
  • Também é importante observar que os portadores da síndrome pós pólio podem demorar mais para se recuperar e, como tal, sua internação pode ser mais do que o normal para essa cirurgia;
  • Sangramento excessivo pode ser um problema devido ao menor volume de sangue em músculos atrofiados que podem atrasar a cura em membros afetados.
A cirurgia afetará a todos de maneira diferente, portanto, cabe a você e seus médicos descobrirem, quais serão as opções mais seguras para você!

12 de março de 2019

8. Considerações sobre situações especiais sobre a SPP-8.1. Cirurgia e anestesia

8.1. Cirurgia e anestesia

Há poucos estudos a respeito dos efeitos da cirurgia ou do anestesia em indivíduos com síndrome pós-poliomielite. Entretanto, há determinados fatores que necessitam ser considerados antes do procedimento cirúrgico e incluem:
1) a anestesia local é preferível que a anestesia geral porque tem menos efeitos colaterais.
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Os indivíduos com maior risco de complicações durante a anestesia geral são aqueles com uma história de uso de suporte ventilatório ou dificuldades de deglutição, aqueles com envolvimento dos ombros, braços ou tronco, e indivíduos com uma história de problemas respiratórios.
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2) em geral, os músculos do paciente co história de poliomielite tendem a ser mais sensíveis aos relaxantes musculares do que os músculos normais. Por esse motivo, recomenda-se geralmente uma dose reduzida do relaxante muscular; 
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3) a não monitoração função pulmonar é crítica após a anestesia geral;
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4) a apneia do sono pode se agravar depois da anestesia geral;
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5) a cicatrização pode ser mais demorada nos membros paralisados devido ao suprimento diminuído do sangue;
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6) os músculos afetados pela poliomielite podem ficar temporariamente mais fracos após a anestesia geral e podem necessitar de maior suporte ambulatorial; 
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7) a recuperação pode se prolongar por duas ou três vezes além de o que se espera para a população geral, dependendo da idade do indivíduo, da extensão da paralisia e do tamanho da cirurgia;
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8) um programa supervisionado de exercícios progressivos ser recomendado para inverter o efeito do imobilismo.
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8.2. Classificação Internacional de Doenças (CID 10ª Rev)
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A CID-10 não contempla a SPP, entretanto, o Setor de Doenças Neuromusculares da UNIFESP/EPM juntamente como o Centro de Prevenção e Controle de Doenças da COVISA/ SMS-SP solicitaram a inclusão da SPP na CID 10 documentando a doença e argumentando por que ela deveria ser incluída nesta revisão.
O principal argumento baseia-se no fato da SPP não ser uma sequela da poliomielite e sim uma nova doença, e os pacientes necessitam de terapias específicas que diferem dos pacientes com sequelas de poliomielite.
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Os CID’s da 10a revisão recomendados são:
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a) CID – B 91 – Sequela de poliomielite.
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b) CID–G 96.8 –
 Lesão específica do Sistema Nervoso central. Recomendado como CID provisório da SPP até que a OMS inclua a SPP na classificação internacional de doenças, de acordo com orientação interna nº. 143 INSS/DIRBE (Instituto Nacional de Seguro social/ Diretoria de Benefícios) de 19/06/2006.

OBS:
CID G-14 já foi incluído como indicação da SPP na classificação internacional de doenças, mas no Brasil ainda é ignorado pelo INSS e outros órgãos de saúde.