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19 de novembro de 2013

Arte1 e as Empresas Virtuais

Muito do que é produzido pela televisão brasileira, inclusive a TV paga, é banalidade e deseduca, aliena, não contribui para o aprendizado e a educação de nosso povo. Salvo raras exceções as emissoras se preocupam mais em mostrar o puro entretenimento sem se importar em transmitir conhecimento e despertar nas pessoas a busca do aprendizado e o gosto pela arte. Dentre estas exceções é louvável a iniciativa da Rede Bandeirantes ao lançar o Arte1, um canal que apresenta concertos, espetáculos de dança, literatura, documentários, etc., 24 horas por dia.

O canal Arte1 é uma luz acesa nesta escuridão informativa e sensacionalista que vem invadindo a mídia televisiva do nosso país. Mostra que a fórmula entretenimento e saber podem caminhar juntos. A internet continua sendo um veículo livre e democrático de troca de informações, no entanto ainda precisa ser devidamente regulamentada. Ela tem sido usada com frequência para difundir inverdades sobre empresas, produtos comercializados e para denegrir a imagem de pessoas que se vêm às vezes sem o direito de defesa. A palavra usada em sentido obtuso e difamatório, conduzida por gente sem autocrítica e que acredita na universalidade de sua opinião, presta um desserviço a esta tecnologia que se tornou imprescindível no mundo em que vivemos.

Hoje as redes sociais e a troca contínua de experiências se conjugaram num ambiente onde a seletividade passou a ser necessária, pois há muita coisa a ser descartada. É prazeroso compartilhar alegrias, conhecimento e cultura, as redes cumprem bem este papel, contudo há limites a serem observados, pois muitos confundem isto com exibicionismo, esnobismo ou pura vaidade.

Se quisermos ver um país com um nível educacional as alturas dos mais desenvolvidos deveram apoiar nossa imprensa e a mídia de boa qualidade. Estes empresários que se rendem plenamente aos ditames do lucro a qualquer custo e repetem a dialética viciante do trivial, das fofocas dos famosos, das operações militares nas favelas minuto a minuto, da teledramaturgia dos maus costumes, dos missionários que usam da fé popular para o enriquecimento, etc.

Os fatos divulgados por Edward Snowden em relação à espionagem virtual serviram de alerta para os perigos das grandes empresas tecnológicas (Google, Facebook) que são manipulados pelos Estados Unidos.
Por isso a China criou seus próprios servidores, afastando-se da influência do serviço de inteligência norte-americano. O Brasil precisa criar sua própria criptografia para evitar que documentos de interesse nacional sejam bisbilhotados por outras nações.Depois deste escândalo, em que até os emails pessoais de Dilma Roussef foram lidos pelos EUA. 
O Brasil precisa correr contra o tempo para se proteger.

João Fidélis de Campos Filho-Cirurgião-Dentista


26 de junho de 2013

Protestos e o Jeitinho Brasileiro

João Fidélis de Campos Filho

Corrupção disseminada em todos os poderes, alto índice de criminalidade nos grandes centros urbanos, política econômica populista e sem responsabilidade fiscal, inflação e baixa renda per capta. Estes entre outros fatores certamente tenham motivado este clima de descontentamento que levou muitos jovens às ruas. O aumento da tarifa foi o estopim. O país acordou de repente e começa a fazer uma auto-avaliação, buscando saídas emergenciais.

Mas será que estes problemas serão solucionados? Realisticamente falando, as perspectivas são ínfimas. Contudo isto não invalida este movimento cívico, que procura sacudir os poderosos de seu comodismo com a situação e tenta estimulá-los a trabalhar por mudanças profundas no modo de tratar estas mazelas crônicas. Dizemos que são pequenas as perspectivas de solução no curto e médio prazo porque estas mazelas não se resolvem apenas por decretos: elas precisam ser sedimentadas culturalmente pelo povo. Isto quer dizer que o governo pode até mudar o código penal (para punir os crimes de corrupção), combater o tráfico (que é uma das maiores fontes de criminalidade) e tentar controlar o déficit das contas correntes (que provocou a fuga dos investidores estrangeiros), entre outras muitas medidas urgentes, mas o cerne dos problemas brasileiros chama-se educação.
Com uma educação de bom nível os valores culturais mudam e as pessoas passam a prezar mais a ética e a abandonar a prática de “levar vantagem em tudo”. Como se diz comumente: como ter políticos honestos se o brasileiro quer dar um jeitinho em tudo para burlar a lei?

Não há milagres quando se fala em aprimoramento comportamental. Em sociedades civicamente involuídas prevalece um jogo de interesses que talvez só sirva à concentração de renda, à desigualdade e aumento do poder dos que estão no ápice da pirâmide econômica. É inegável que os governos nas últimas décadas têm procurado implantar políticas de distribuição de riquezas para diminuir este lastimável percentual de pobres em relação à minoria que detêm os meios de produção, mas sem uma mudança cultural e educacional não há como avançar. Continuaremos a ser um país de maioria pobre e semianalfabeta.

João Fidélis de Campos Filho-Cirurgião-Dentista





9 de maio de 2013

O Povo Quer Justiça

João Fidélis de Campos Filho

Desconhecia o uso da palavra “recall” para se referir à substituição de produtos alimentícios, mas nesta semana ela foi muito usada no caso do escândalo do leite fraudado no Rio Grande do Sul. Geralmente recall é usado quando se refere a automóveis. No caso do leite empresas transportadoras estavam injetando formaldeído nas caixinhas para aumentar os lucros. Coisa repugnante, dentre as várias que a mídia divulga todo dia.

O desrespeito aos direitos do consumidor brasileiro é enorme e pelo que se sabe só uma pequena porcentagem realmente se torna pública porque a fiscalização em nosso país é muito deficiente. Em relação ao escândalo do leite foram distribuídos mais de 100 milhões de litros para a população sem que ninguém soubesse. Suponho que alguém que estivesse no esquema e se sentiu prejudicado tenha denunciado. A maior parte dos crimes envolvendo empresários e políticos de grosso calibre partem de denúncias (e acabam em pizza). Ao pequeno consumidor resta rezar para que não esteja sendo lesado por empresários inescrupulosos.

Esta situação talvez explique o alto índice de popularidade do deputado Celso Russomano, que quase passou para o segundo turno na eleição da prefeitura de São Paulo. O povo quer justiça, mas ela na maioria das vezes anda tão distante que qualquer ajuda vinda de alguma autoridade pode ser útil. Dias atrás vi uma imagem que reflete esta constatação. Russomano fez uma visita à Curitiba e foi recebido em praça pública por uma multidão de pessoas que ansiavam por entregar-lhe uma reinvindicação. Ele juntou um calhamaço de papeis e prometeu lutar para solucionar a maioria dos pedidos.

Num país em que os criminosos utilizam menores para blindar suas ações. E que estes menores são empurrados para a criminalidade por não poderem trabalhar ou aprender uma profissão. Em que as escolas públicas se tornaram um retrato desfigurado da grave crise por que passa a educação. E também as instituições fraquejam impotentes ante aos índices de violência, a população sente a falta de amparo do Estado às suas necessidades prementes.

Desconheço estatísticas, mas devem muitas e muitas as demandas da população em busca de reparo de seus direitos, contudo ela (a população) enfrenta tantos entraves no percurso de obter justiça que muita gente acaba desistindo. Este sistema beneficia o infrator e propaga a impunidade. Beneficia o caloteiro que paga com um cheque sem fundo. O inquilino que não cumpre as obrigações contratuais. O acidente no qual o causador foge sem pagar pelo prejuízo, e assim por diante.

Resguardar os direitos de cidadão custa muito trabalho, horas perdidas nos tribunais e poucas perspectivas de obtê-los em médio prazo. As varas estão abarrotadas de processos esperando solução e a cada dia o número aumenta um pouco mais.

João Fidélis de Campos Filho-Cirurgião-Dentista

jofideli@gmail.com



30 de março de 2013

REFORMA POLÍTICA JÁ!

João Fidélis de Campos Filho

Se esta avalanche de impostos recolhidos pela população brasileira retornasse, na mesma proporção, em investimentos em educação, saúde e programas sociais nosso país já teria saltado para o primeiro mundo.

Mesmo com a sonegação e os incontáveis artifícios que os mais abastados utilizam para burlar a legislação tributária, o governo, em todas as esferas (municipal, estadual e federal) ainda arrecada muito. E com o orçamento comprometido com gastos elevados/mal administrados acaba sobrando pouco para financiar as obras e serviços essenciais aos municípios brasileiros. Se administrasse melhor as finanças o governo federal, que concentra a maior parte da arrecadação poderia distribuir melhor a renda através de investimentos sociais.

Tudo se resume em eleger as reais prioridades do país. No entanto a casta política que desde o império se beneficia das verbas públicas exerce uma forte pressão para dirigir estas prioridades, tentando de maneira nada ética inverter o curso natural das coisas. Como se tornou evidente que o legislativo consome, direta ou indiretamente, parte considerável do orçamento do país, já há tempos repousa no Congresso vários projetos de reforma política, que foram abandonados por conveniência ou falta de vontade de nossos dirigentes. Mas a cada dia que passa vem se tornando mais urgente e indispensável estas reformas, pois é consenso que o Brasil está bem distante no que se refere a um legislativo mais ágil e menos dispendioso em relação a muitas nações.

O Brasil precisa copiar o modelo de alguns países onde o parlamentar recebe baixos salários, tem pouca verba de gabinete e tem que arcar com os custos de sua manutenção e transporte. Nenhum deputado ou senador pode se dar ao luxo de ter tantos serviços pagos pela união como no Brasil, que servem muitas vezes para desvio e enriquecimento ilícito.

Há muitos projetos urgentes e importantes engavetados porque existem muitos entraves burocráticos, a votação é a passos de tartaruga e com isso, entra ano sai ano, o país fica emperrado pelo sistema. Este fato provoca um grande desestímulo no parlamentar bem intencionado que pode até ter boas ideias, mas não enxerga no horizonte possibilidades de vê-las materializadas. O eleitor também se desanima com a falta de dinâmica do Congresso e confia cada vez menos na instituição política. Cria-se um ciclo vicioso em que todos perdem porque o sistema democrático foi idealizado para servir ao povo.

O Brasil não pode esperar mais pela reforma política. Ela já se tornou indispensável, temos que cobrar de nossos representantes mais empenho neste sentido.

jofideli@gmail.com
    

7 de fevereiro de 2013

O sabor de a "Queda da Manga"-João Fidélis de Campos Filho

Tempo! Quero viver mais duzentos anos... (Sal da Terra, Beto Guedes e Ronaldo Bastos)

Quisera poder viver mais duzentos anos para ler todos os livros que acorrem à minha mente e descobrir os incontáveis universos que a linguagem humana permite externar. O último que li foi “A Queda da Manga”, de Luciana Crepaldi, vencedora do Prêmio Nelson Seixas de Fomento à Cultura de São José de Rio Preto. Confesso que a experiência da leitura desta obra se assemelha à degustação de uma manga madura, que vai deixando seu sabor pouco a pouco penetrar em nosso ser. Não pense o leitor que vai encontrar o doce gosto das mangas comuns: é uma leitura que incomoda, que nos inspira, e nos faz pensar constantemente neste grande enigma que é a vida humana neste planeta.

Através da análise psicológica de uma personagem que perdeu todos os parâmetros que definem seu estar no mundo, a jornalista Luciana em sua primeira inserção no campo literário, nos conduz aos intrincados labirintos (à semelhança do universo simbólico de Jorge Luis Borges) e conflitos que compõe a história dos homens. E imerso nestas digressões afluem muitas ideias que têm o efeito de trazer o ser à sua consciência, desnudando-o de sua vivência aparente e colocando frente a frente com o espelho real (outro recurso Borgeano)

A personagem de Luciana Crepaldi cumpre seu destino sem se deixar consumir pela onda ilusória que rouba dos homens o ser-em-si. Ela quer ir mais longe e fugir da condição passiva daqueles homens aprisionados na caverna de Platão (que não conheciam a luz do mundo exterior). E busca através de sua história respostas que nem sempre o mundo pode dar. Porque somos animais ainda influenciados por instintos irracionais. Animais recém-saídos da animalidade. Animais que estão agora aprendendo a viver juntos e a ser mais humanos. E neste percurso passamos por um período mitológico essencial à sobrevivência da espécie, mas que agora precisa ser dispensado para a humanidade galgue novos patamares.

Em “A Queda da Manga” a perplexidade da existência humana é realçada em tons fortes e nem os milhares de deuses que o homem fabricou em sua história terrena podem dirimir estas contradições. O estar no mundo provoca na personagem principal uma angústia reflexiva que, como Sartre dizia em “O Ser e o Nada” está mais próxima da verdadeira condição humana.

Luciana já demarcou seu território com esta inspirada obra. Agora é esperar suas novas ousadias no mundo das letras. Leiam amigos leitores, “A Queda da Manga” e retirem dela suas preciosidades.

João Fidélis de Campos Filho-Cirurgião-Dentista

 http://jofideli.blogspot.com
 






4 de novembro de 2012

Quem Ganha Com Esta Eleição?

João Fidélis de Campos Filho

Muitas especulações estão surgindo após a divulgação dos resultados das eleições municipais. Alguns analistas já fazem previsões de quem sai fortalecido com esta eleição e quais serão os possíveis candidatos a governador e presidente do país. A primeira vista o enfraquecimento de José Serra no PSDB amplia as chances de Aécio Neves ser o indicado do partido já que seu candidato à prefeitura de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, venceu no primeiro turno. Aécio está montando sua estratégia de alianças e em suas andanças pelo país procura atrair apoios ao seu projeto político. Sua recente cartada foi tentar uma composição com o governador (e também postulante à presidência) Eduardo Campos. Governador de Pernambuco, Campos acumula uma enorme popularidade e também tem sido citado como um forte concorrente de Dilma. Seu partido o PSB foi o que mais cresceu com as eleições municipais, conquistando 442 prefeituras. E este fato somado ao sucesso de seu governo em Pernambuco e o crescimento de sua liderança no nordeste, o coloca como uma ameaça às pretensões de Aécio Neves.

Aécio ou Campos terá muito trabalho pela frente porque a popularidade de Dilma continua nas alturas, reflexão da calmaria econômica do Brasil e da manutenção dos programas sociais, com o Bolsa-Família e afins.

Dizem que Kassab perdeu força porque apoiou José Serra. Também sua gestão não foi bem avaliada pela população da capital e isto acabou prejudicando a campanha de Serra. Seu partido o PSD cresceu, mas ainda é considerado pequeno.

O DEM perdeu muitas prefeituras e encolheu mais um pouco, contudo elegeu ACM Neto em Salvador.

Depreende-se a partir do resultado deste pleito que o povo em sua maioria votou em nomes e reelegeu os que consideraram ter feito uma gestão positiva, deixando de lado as siglas partidárias. A eliminação dos candidatos ficha suja também contribuiu para uma melhoria do nível ético destas eleições.

Com a vitória de Fernando Haddad o PT cresceu em São Paulo e passa a aspirar cadeira de Geraldo Alkmin em 2014. É claro que terá que encontrar um candidato livre das pressões políticas advindas do julgamento do mensalão, mas o partido conta com dois cabos eleitorais de peso, que são Lula e Dilma. Dizem até que Lula poderia topar esta empreitada, no entanto de acordo com informações do partido isto é pura boataria.

Em Votuporanga a aprovação quase unanime da gestão Juninho Marão se refletiu na grande votação que recebeu a chapa Juninho/Waldecy Bortoloti. O município sai fortalecido com esta eleição e demonstra um inequívoco apoio ao modelo administrativo que vem sendo implantado nos últimos anos. A liderança política fica consolidada, com a união de forças, como o Deputado Federal João Dado, o Deputado Estadual Carlos Pignatari, entre outros líderes importantes que estiveram do lado de Juninho/Waldecy. Dizem que os planos do prefeito reeleito são ambiciosos, mas não poderiam ser diferentes, pois ele é tido com um visionário e já demonstrou ser um trabalhador incansável pelas causa de Votuporanga.

João Fidélis de Campos Filho-Cirurgião-Dentista
Votuporanga-SP

19 de agosto de 2012

O Veredito do Mensalão

João Fidélis de Campos Filho

O julgamento do mensalão tornou-se o espetáculo da mídia brasileira. Vários editoriais publicados em jornais, revistas e na internet tendem a realçar este momento histórico da política brasileira analisando os desdobramentos e as consequências do veredito condenatório ou a absolvição. 38 réus que participaram de um suposto esquema de compra e venda de apoio político, denunciados por exaustivas investigações da Polícia Federal, serão julgados pela maior entidade do poder judiciário, o Supremo Tribunal Federal. Nunca na história do país isto aconteceu, o que por si só constitui um grande avanço contra a impunidade dos crimes do colarinho branco. E o interesse despertado pela nação em relação ao julgamento demonstra um amadurecimento da população em relação a uma questão que causa revolta na opinião pública: a deterioração da imagem da classe política e o empobrecimento desta instituição.

Mas este julgamento nos induz a algumas reflexões que dizem respeito principalmente à aplicação da justiça em nosso país. No caso do mensalão os crimes aconteceram há sete anos e o julgamento está ocorrendo, para os padrões brasileiros, até com certa rapidez. Contudo há processos que duram até trinta anos para serem julgados e crimes que se prescrevem neste meio tempo. Há incontáveis vítimas que se desiludem com a morosidade e as penas leves aplicadas de acordo com nosso código de leis. O mensalão se destacou porque foi um crime institucional, que nasceu de um poder constituído e eleito pela população. Se não bastasse este fato a imprensa e a opinião pública exerceram uma forte pressão para que todo este escândalo não fosse abandonado em mais uma gaveta como muitos em nosso passado recente.Para refrescar a memória do leitor, já que são tantos os casos de corrupção neste país que muita gente até se confunde, a equipe que comandava a nação na época utilizando-se do poder desviou, segundo a apuração, o dinheiro público para fraudar projetos e corromper parlamentares valendo-se de um empresário (Marcos Valério), do tesoureiro do partido (Delúbio Soares) e um banco (Banco Rural).

O resultado do mensalão terá uma repercussão quase que plebiscitária sobre a credibilidade do judiciário uma vez que prevalece em muitos pareceres um critério quase que subjetivo na interpretação da legislação em vigor. Desta maneira os votos devem ser analisados com cuidado, pois é notadamente perceptível a grande expectativa criada por todos em relação ao resultado final deste julgamento. Se os réus forem todos absolvidos depois de tudo que emergiu deste trabalho de averiguação, levado a cabo pela Polícia Federal e o Ministério Público, certamente o impacto sobre o povo brasileiro será enorme e o Judiciário que geralmente se atém basicamente ao cumprimento da legislação também será avaliado.

Espera-se isenção , bom senso e uma visão lúcida dos nossos ministros do supremo porque é uma página muito importante de nossa história política que está sendo escrita. E o que for decidido fatalmente servirá como base para futuros julgamentos políticos. Dependendo do resultado a política brasileira sairá mais fortalecida como instituição.

João Fidélis de Campos Filho-Cirurgião-Dentista

jofideli@gmail.com 

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MENSALÃO



 

14 de agosto de 2012

Valorização do Esporte...A suíça Gabrielle Andersen entra no estádio olímpico de Los Angeles em 1984, atormentada por câimbras e dores



Veja  mais sobre Gabrielle nos links:

Gabrielle Andersen - Los Angeles em 1984

Vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=CKTjdXyJuYM


"Junto com esses vídeos eu resolvi publicar no mesmo post o artigo abaixo do amigo Dr. João Fidélis, onde ele opina sobre a falta de estímulo no esporte brasileiro" .


Valorização do Esporte
O trabalho dos repórteres e narradores brasileiros durante as olimpíadas pode ser até constrangedor ou desestimulante ao repercutir os maus resultados dos atletas de nosso país, mas, ao mesmo tempo, nada pode soar mais educativo do que mostrar as deficiências e dificuldades do Brasil na área esportiva. Muitos dirão a velha máxima que “vale mais competir do que vencer”, ou que “o importante é união entre os povos”, contudo desde muitas olimpíadas atrás o Brasil vem tendo uma participação decepcionante, pífia, e é preciso enfrentar com seriedade este problema.

Para um país de dimensão continental e com 200 milhões de habitantes, que deveria ter uma participação nas olimpíadas bem mais incisiva, fica patente que o investimento em esporte segue o mesmo parâmetro que o da educação, ou seja, é relegado a segundo plano, e segue a tradição cultural brasileira de empurrar para debaixo do tapete seus problemas crônicos.

Em 2008, nas Olimpíadas de Pequim, o Brasil ficou no vigésimo terceiro lugar do ranking dos países participantes, com um total de 15 medalhas (três de ouro, quatro de prata e oito de bronze). Mesmo que consiga melhorar esta performance nos atuais jogos é necessário pensar que em 2016 as olimpíadas serão em nosso país e precisamos como anfitriões melhorar muito estes resultados.

Já há muito tempo fala-se que o principal problema do Brasil está na falta de formação de atletas nas escolas. Das mais de 50 modalidades disputadas nas olimpíadas nosso país ensina e pratica em nossas escolas apenas algumas poucas. As restantes são bancadas por clubes e instituições particulares. Dessa forma fica difícil surgirem talentos capazes de disputarem com países como a China, Estados Unidos e Reino Unido.

Há também uma evidente deficiência em nossas universidades no estímulo ao esporte, ao contrário de outros países onde o atleta que se destaca em algum esporte recebe bolsa de estudos e incentivos. No Brasil o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) só investe em atletas de ponta. Os outros atletas tem que lutar por patrocínio de empresas e clubes para treinar e manterem-se aptos para competir.

Por outro lado é importante que a população brasileira valorize e apoie outros esportes. Não podemos pensar só em futebol. É importante ajudar o crescimento de outros esportes indo a outras competições.

Dizem que o Barão Pierre de Coubertin ao criar os jogos olímpicos não tinha como objetivo uma disputa entre nações pela primazia de alguns esportes, mas sim estimular, através da competição, o esporte como algo saudável e essencial ao ser humano. Ele pensava que as medalhas tinham uma função secundária.No entanto, no fundo, elas refletem de certa maneira o que um pais tem feito pelo esporte e já está na hora do Brasil torna-lo uma de suas principais prioridades.

João Fidélis de Campos Filho-Cirurgião-Dentista


29 de julho de 2012

Prazer e Ceticismo

João Fidélis de Campos Filho

       Esta superexposição da vida em nosso planeta, que se tornou um fenômeno nos meios de comunicação de massa, desenvolve nas pessoas uma espécie de reação de defesa que é na verdade uma insensibilidade ou indiferença em relação ao desenrolar da vida diária. De fato, se por um lado muitos acontecimentos no passado não eram divulgados com tanta rapidez, por outro a população mundial era menor e mais isolada em suas próprias culturas. Sendo assim o que faz um acontecimento parecer normal é sua repetição, sem que a sociedade crie mecanismos para inibir esta repetição. É o que justifica, por exemplo, a persistência de muitas ações repugnantes como maus tratos a animais, a criminalidade em todos os seus aspectos que verificamos atualmente e a falta de ética em vários setores da vida social.
       E quando se vêm impotentes diante dos males que chegam instantaneamente, as pessoas se valem do mecanismo da sublimação ou procuram o prazer como refúgio a um mundo aparentemente caótico. Por isso dois grandes pensadores estão muito em evidência em nossa época : Epicuro e Montaigne.
       A redescoberta de Epicuro se deve a uma espécie de carapaça que ele fabricou para evitar o sofrimento humano diante de seu inevitável destino e das dores da existência. Ele fundamentou-se no conceito da ataraxia, que é uma palavra grega que significa viver em estado de prazer equilibrado e estável.  Epicuro defendia duas categorias de prazer, o primeiro era o prazer advindo dos vícios e da compulsividade humana, que são de consequências danosas, pois no fundo provocam situações prejudiciais e provocam a dor que se pretende evitar. O segundo é o prazer de uma vida moderada, sem acúmulo de muitos bens materiais, atribulações de vida pública e excesso de trabalho. E o que fazer para evitar o prazer negativo? Epicuro dizia que há 4 antidotos contra isso, que são: 1- “Não se deve temer os Deuses” . O temor a Deus mantém o homem sobre uma constante ameaça, o que aumenta a autocensura e inibe sua criatividade.
2-“Não se deve temer a morte”. É obvio que não se deve ignorar o tempo de vida, mas a introjeção de ideia de morte pode influenciar negativamente o estado de espírito e a vida diária.
3-“O Bem não é difícil de alcançar”. Neste caso o homem deve procurar a felicidade em coisas simples, procurando manter a mente em paz.
4- ” Os males não são difíceis de suportar”. Epicuro procura salientar que as dores humanas dependem muito da reação de cada um a elas. Diante de algo inevitável, o desespero, a depressão e a angústia só fazem piorar a situação. Como bem observa Epicuro todas as dores têm um tempo de duração e mesmo as que perduram mais são suportáveis.
       Para combater a dor Epicuro diz que o homem possui instrumentos importantes que são: a inteligência, o raciocínio, o autodomínio e a justiça.
       Outro pensador que está muito em voga hoje em dia é Michel de Montaigne. Este filósofo francês foi um crítico dos várias correntes de pensamento de seu tempo e defendia que o conhecimento total do mundo é impossível devido à sua complexidade e as múltiplas variantes que envolvem esta questão.
       Montaigne defende que o homem é senhor de poucas certezas e, diante disso não deve queimar neurônios e levar uma vida módica aproveitando seguindo sua intuição.
       Deste mix entre o prazer e a incerteza resulta um ser humano que ainda carrega quanto à sua essência uma profunda perplexidade.

João Fidélis de Campos Filho-Cirurgião-Dentista


22 de agosto de 2011

Energia do Pensamento-Por João Fidélis de Campos Filho

Imagine um mundo onde muitas das ações desenvolvidas pela energia elétrica sejam substituídas pela “energia do pensamento”. Não leitor, não digitei a frase errada. Esta e outras idéias avançadas estão presentes numa deliciosa obra de um cientista brasileiro pouco conhecido pela maioria da nossa população, mas que tem sido citado com freqüência entre os candidatos ao premio Nobel de medicina, pela comunidade cientifica internacional. Seu nome é Miguel Nicolelis e suas pesquisas na Universidade Duke (USA) têm surpreendido a todos no campo neurocientifico.

Nestes últimos dias li com imenso prazer o livro “Muito Além de Nosso Eu”, enviado por um amigo com fartas recomendações. Foi uma obra lançada com muita expectativa na última FLIP (Festival Literário de Paraty), com a presença do autor que fez uma palestra sobre seus estudos do cérebro.

Nicolelis escreve de maneira acessível ao leitor não afeito aos termos científicos, apesar de tratar de teorias complexas sobre a atuação de cadeias de neurônios nas inúmeras ações que norteiam a vida humana. E seu estilo é cativante, prende a atenção e a curiosidade do leitor, por focalizar assuntos que realmente despertam o interesse de todos e os obriga a pensar de maneira inteligente e simples.

Achei interessante como Nicolelis tentou demonstrar que os sentimentos produzem intempestivas alterações nas células corticais do cérebro e como as relações afetivas podem ocasionar mudanças positivas ou negativas de acordo com o curso dos acontecimentos da vida individual. No caso do amor, uma afeição mais forte e profunda, o autor afirma que as pesquisas comprovam que as mudanças cerebrais são de tamanha dimensão que se tornam difíceis de dissipar porque se tornam parte contínua do córtex. A imagem da pessoa amada se torna quase onipresente ou parte integrante do eu e dificilmente se esvai. Por isso a sabedoria popular diz que o amor de verdade nunca se esquece.

Quanto à força do pensamento Nicolelis e sua equipe estão trabalhando incansavelmente para provar sua veracidade e freqüência nas ações mais comuns do dia-a-dia dos seres humanos. E prevê um uso consciente da força do pensamento na próxima década. Toda a energia que hoje a humanidade usa de forma instintiva ela usará de maneira racional daqui a algum tempo. Ele diz: “Nesse futuro, sentado na varanda de sua casa de praia, de frente para seu oceano favorito, você um dia poderá conversar com uma multidão, fisicamente localizada em qualquer parte do planeta, por meio de uma nova versão da internet (a “brainet”), sem a necessidade de digitar ou pronunciar uma única palavra. Nenhuma contração muscular envolvida. Somente através de seu pensamento”. Utilizando uma macaca, cujas atividades cerebrais estavam interligadas a um robô no Japão através de computadores, Nicolelis sugeriu que ela movesse os braços do robô para posições diferentes e ela obedecendo à ordem fez os movimentos corretamente. Ou seja, o robô obedeceu à força do pensamento do primata.

Outra faceta deste neurocientista que sugere que não estamos somente diante de pesquisador frio e calculista como grande parte de seus pares, é sua capacidade de simulação futurista, a sua imensa imaginação e visão prognostica dos efeitos dos estudos das funções cerebrais. Ele afirma: “como você se sentiria caso lhe fosse dado acesso a um banco de memórias de seus ancestrais remotos, de modo que pudesse, num mero instante, recuperar os pensamentos, emoções e recordações de cada um desses seus entes queridos, criando assim, por meio de impressões e sensações vividas, um encontro de gerações que jamais seria possível de outra forma? Exemplos como esses oferecem apenas uma pequena amostra do que será viver num mundo muito além das fronteiras do nosso eu, um mundo onde o cérebro humano se libertará, enfim, de sua sentença de prisão de milhões de anos, cumprida, desde tempos imemoriais, numa cela orgânica constritiva e limitada, vulgarmente conhecida como corpo”. Não é muita viagem?

Nicolelis sustenta que o pensamento são atividades elétricas do cérebro que influenciam o meio externo e também recebem esta corrente deste meio, dessa forma as pessoas que perderam os movimentos devido às lesões da medula espinhal continuam a pensar que podem locomover-se e, com a ajuda da tecnologia robótica, conseguirão realizar novamente certos movimentos através da força do pensamento.

Ao terminar o livro de Nicolelis a impressão predominante é de que os estudos do cérebro ainda reservam inúmeras surpresas que certamente dirimirão muitas dúvidas que acompanham a humanidade. Uma delas, talvez a principal seja a seguinte: será que a alma comanda as ações do cérebro? Em caso positivo, como ela atua? O futuro dirá?

João Fidélis de Campos Filho- Cirurgião-Dentista


6 de junho de 2011

Equilíbrio de Forças-João Fidélis de Campos Filho

O chamado choque cultural provocado pela integração das comunicações é apontado como o fenômeno mais importante da atualidade. Vários analistas tem-se debruçado sobre o grau de interferência nas sociedades, e em especial aquelas dominadas por ditaduras ou por regimes religiosos, por todas estas ferramentas proporcionadas pela tecnologia, como a internet, o celular e as comunicações por satélite. Há tantas coisas que a humanidade desconhecia até a bem pouco tempo e que agora fazem parte da chamada “modernidade” que as ciências sociais ainda procuram redefinir seus efeitos no mundo.

Vive-se mais e com mais prazer atualmente devido a esta incessante vontade humana de tornar mais útil tudo em sua volta. Contudo apesar do dinamismo da troca de conhecimentos e das descobertas cientificas de nossa era, há um consenso que a humanidade está em sua infância e são desconhecidas as fronteiras do saber. Velhos mistérios ainda rondam as mentes humanas e há mais teorias do que propriamente fatos concretos fazendo parte do cotidiano do mundo hoje.

A teoria do Big Bang, que deu origem à multiplicidade de astros (as galáxias, os sistemas planetários, os cometas, etc.) do universo recebeu nos últimos anos mais reforços científicos, mas não há evidências conclusivas sobre ela.

Também há um grande mistério sobre o aparecimento da vida em nosso planeta com também da questão da existência de outras formas de vida em outros pontos do universo. Não faz muito tempo o professor de Oxford Peter Atkins depois de muito estudo disse: “Para mim, a existência deste universo extraordinário tem um esplendor maravilhoso e impressionante. Ele está ali com toda a sua glória, inteira e completamente sem utilidade”. Atkins sustenta que diante da falta de evidências o homem continua sozinho no universo.

Outra questão intrigante que aguça a curiosidade de pensadores atualmente é sobre o design inteligente, a teoria que diz que a natureza tem uma ordem e uma perfeição advinda de um Criador.

Na verdade a pergunta que se faz é a seguinte: tudo que existe é obras do acaso ou advém de um projeto intencional? Para alguns pensadores de nossa época a existência de um cosmo completamente sem objetivo é puramente uma idéia irracional. O cosmo é regido por leis fundamentais que o regulam.

Nosso planeta, por exemplo, se mantém dentro de um sistema complexo de forças cuja perfeição assombra qualquer pesquisador. E qualquer alteração neste sistema poderia ser letal tanto para a vida na Terra como para todo ecossistema.
O cosmologista Paul Davies diz: “Se os prótons fossem ligeiramente mais pesados do que os nêutrons, em vez de ligeiramente mais leves, como de fato são, todos os prótons seriam transformados em nêutrons. E sem os prótons e sua fundamental carga elétrica os átomos não existiriam”. Como todos sabem o átomo é a base fundamental de tudo que existe.

A força da gravidade, a força eletromagnética, a fotossíntese, a transmissão genética são fatores imprescindíveis para que o planeta mantenha o equilíbrio. Sem a gravidade ou mesmo sem a existência da lua as condições de vida em nosso planeta seriam nulas.

Como se vê o design inteligente se tornou um forte argumento para a existência de um “Ordenador” do universo. No entanto sustenta-se que o homem em sua tenra idade em nosso planeta está muito longe de compreender a essência divina.

João Fidélis de Campos Filho- Cirurgião Dentista
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18 de maio de 2011

Se Fosse no Brasil...


O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso Peluso, apresentou uma proposta que impede que algumas ações judiciais subam para os tribunais superiores, depois de julgados em duas instâncias, a chamada "PEC Peluso", que provocou uma polêmica entre a classe jurídica e a sociedade civil.

Para a OAB a proposta atenta contra a Constituição de 1988 porque não dá o direito ao cidadão de recorrer aos tribunais superiores quando uma ação é julgada nas instâncias inferiores.

Bem a questão é controversa porque muitas decisões de instâncias baixas foram revertidas nos tribunais superiores. No entanto em países desenvolvidos não existem quatro instâncias de julgamento como no Brasil, o que valoriza e prestigia as decisões tomadas pelos juízes. Em nosso país criou-se um sistema viciante em que julgamentos de menor ou maior grau de importância acabam desaguando no Supremo, que se tornou o super-órgão que decide tudo, acima do bem e do mal.

Peluso diz que a aprovação desta medida irá descongestionar os tribunais, que graças ao acumulo de processos, são os responsáveis pela enorme morosidade da justiça brasileira. A maior injustiça da Justiça brasileira é justamente sua falta de agilidade. Os processos demoram anos a fio e se acumulam indefinidamente nos tribunais, beneficiando somente os que serão punidos pelas decisões. Segundo Peluso as medidas tomadas até o momento foram inócuas para corrigir a morosidade da Justiça: "A meu ver, não é que tenha lhes faltado inteligência ou alguma eficácia, é porque atacaram fatores secundários como causas. Não foram propostas radicais porque não desceram à raiz da questão, que está exatamente naquilo que a esta proposta tende a remover. A causa principal dos atrasos dos processos no Brasil é a multiplicidade de recursos e, especificamente, o nosso sistema de quatro instâncias", afirmou.

Além da PEC Peluso faz-se necessário uma reforma urgente do código penal brasileiro. Nosso código penal está ultrapassado e é leniente com o grau de criminalidade que campeia na sociedade nos dias correntes. Assassinatos premeditados e a sangue frio como estamos presenciando hoje em dia deveriam ser punidos com prisão perpetua como o fazem os países desenvolvidos. Estamos fartos de ver parceiros ceifando a vida de companheiros por ciúme, ou outros motivos fúteis, bandidos atirando em vítimas sem titubear, contando de antemão com o alto grau de impunidade de nossa legislação. Enterram-se as vítimas e às vezes psicologicamente seus parentes juntos, e os réus se transmutam em santos de pau oco nos tribunais. Cumprem parte de suas penas e na maioria dos casos retornam às ruas para amedrontar a população e cometer os mesmos crimes. O índice de recuperação é baixíssimo, porque o sistema está corroído em suas bases.

Cremos que se fossemos advogado sentiríamos vergonha de defender um criminoso que é confessadamente culpado. Quando são claras as evidências do crime, o criminoso nem merece que alguém o defenda.

O Brasil precisa copiar o grau de severidade dos EUA que prendeu o diretor do FMI, sem direito à fiança, por agressão sexual a uma camareira de origem africana. Se o fato tivesse acontecido aqui ele já estaria em Paris cuidando de seus afazeres a esta hora e o caso já estaria mais que abafado.



João Fidélis de Campos Filho-Cirurgião-Dentista


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22 de março de 2011

Robôs e Alienígenas

João Fidélis de Campos Filho

Uma comissão de cientistas da NASA (Agência Espacial Norte-Americana) divulgou nestes dias o resultado de um amplo estudo sobre a possibilidade de vida no universo, no qual chegou-se à conclusão de que é praticamente impossível (devido às condições atmosféricas, climáticas, etc.) a existência de vida extra-terrestre.Curioso é que em dezembro a descoberta de uma novo tipo de bactéria num lago da Califórnia levou a mesma NASA a afirmar que poderia haver vida fora do planeta Terra, portanto esta mudança de ponto de vista em tão pouco tempo levanta dúvidas sobre veracidade do estudo.

È importante lembrar que estas pesquisas se atem unicamente à forma de vida biológica existente em nosso planeta. A Terra reúne condições propícias para que os seres vivos aqui se desenvolvam para manter acesa a chama do ciclo vital através da transmissão dos genes de cada espécie. Pode ser que existam (e isto a pesquisa não cita) outras formas de seres, os alienígenas, que não necessitem da energia que os seres vivos precisam para se manter em atividade. No entanto os cientistas reforçaram a tese de que não há evidências científicas aceitas pela comunidade acadêmica internacional para se afirmar que existem outras formas de seres.

Para muitas mentes inteligentes é pouco provável que este gigantesco e ainda desconhecido universo abrigue apenas os seres do nosso planeta. Contudo com a difusão do cientificismo atual vem aumentando o número de céticos, ateus e materialistas que negam até a existência da própria mente. Muitos sustentam que as reações químicas do cérebro são responsáveis não só pelo nosso raciocínio assim como nossas emoções. Separar o cérebro da consciência (ou do eu) tem sido uma tarefa desafiadora para a neurociência.

Segundo Henri Bergson o homem não é uma maquina passivamente adaptável; ele é um foco de força redirecionada, um centro de evolução criativa. E a escolha (o livre-arbítrio) é criação e criação é trabalho. O homem só capta o fluxo da vida pelo pensamento e pelo intelecto, portanto como a matéria poderia produzir intuição e imaginação? Matéria não pensa e não sente.

Sem a mente os animais agiriam unicamente pelo instinto de conservação e isso na prática inexiste. Eles agem também por sentimentos e aspirações diversas. Não faz muito tempo o psiquiatra norte-americano Martin Paulus, professor da Universidade da Califórnia anunciou a descoberta que a ínsula é a ponte de conexão entre o cérebro e a mente. Através de exames de ressonância ele chegou a conclusão que a ínsula (órgão do tamanho de uma ameixa situada no cérebro) interpreta as emoções e a partir daí que a mente toma suas resoluções.

Calcula-se que o cérebro funciona com 100 bilhões de células nervosas e mais de 50 neurotransmissoras, que resultam em mais de 500 trilhões de conexões neuronais. Graças a elaboração mental hoje em dia se conhece mais deste órgão complexo. Mas lhe dar a primazia mecanicista do domínio completo do corpo humano é uma quimera. Se assim fosse seriamos robôs.

João Fidélis de Campos Filho-Cirurgião-Dentista



FONTE:
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