19 de maio de 2022

A HISTÓRIA DE FILÓ: PROVEI PRA TODOS QUE MINHA DEFICIÊNCIA NÃO ME LIMITA. NO FINAL DO VÍDEO ELA APELA PARA A VACINA CONTRA A PÓLIO.

No final do vídeo a Filó apela para a vacinação contra a poliomielite.

  

Filomena Petcov


A Filó foi uma das crianças vítimas da epidemia poliomielite há mais de 50 anos. Foram 60 anos sentindo na pele o preconceito e o descaso contra pessoas com deficiência, onde ela teve que engolir muito sapo para poder se encaixar. Hoje ela sabe o que é o amor e o respeito de verdade por conta da família que ela criou.

A paralisia infantil afetou principalmente as pernas da Filó e ela passou por inúmeras cirurgias ainda muito pequena. Na infância, sua deficiência afastava os coleguinhas de escola, que a ignoravam nas festinhas. Além disso, o próprio colégio não tinha acessibilidade (algo comum ainda nos dias de hoje) e ela não participava sequer dos recreios.

Por conta dessa rejeição, a Filó era muito próxima dos seus pais. Infelizmente, a vida se encarregou de tirá-los dela muito cedo. O pai faleceu num acidente de carro e a mãe, um ano depois, por conta de um infarto. 

Pela família a Filó nunca ficou desassistida. Os irmãos cuidaram dela enquanto ela era menor de idade, e logo que ela ficou adulta foi resolver sua vida. Ela se formou, casou e decidiu que queria ser mãe. Mas ela percebeu que não engravidava de jeito nenhum. Em consultas e exames médicos, foi descoberto que indiretamente a poliomielite interferia em seu sistema reprodutivo, mas era algo reversível. . 

Um mês depois de descobrir o motivo de não engravidar, ela fica grávida do seu primeiro filho. A sensação era maravilhosa, mas ela voltou a encarar o preconceito que havia ficado na adolescência. Uma vez, uma senhora perguntou se ela aguentaria chegar até o fim da gravidez, por conta da sua deficiência física. . 

Naquele momento a Filó decidiu que iria provar (não que precisasse) para ela e para todo mundo que nada impediria ela de ser mãe ou de fazer qualquer outra coisa. Logo na sequência do primeiro filho a Filó engravidou de novo e seguiu sua vida. Sempre engolindo alguns sapos por ser uma pessoa com deficiência. . 

Refletindo sobre seu passado, hoje ela percebe que muitos colegas de trabalho durante toda sua vida sempre faziam brincadeirinhas, como pedir para ela correr ou algo parecido, sabendo que a deficiência física dela era justamente nas pernas. Isso sempre a magoou, mas para não gerar conflitos ela engolia. Naquela época não era comum falar sobre capacitismo. . 

Por mais que em casa a deficiência da Filó nunca tenha sido um problema, na rua as coisas eram constrangedoras. Um motorista de ônibus já chegou a falar que ela atrasava todos os passageiros porque demorava para subir os degraus. . 

Dos comentários sutis, velados, aos ataques bem diretos, a Filó tentou sempre evitar os confrontos, mesmo sabendo que aquilo a machucava. Tudo era esquecido dentro de casa, ali era seu porto seguro, e sempre será. . 

Já aposentada, a Filó descobriu a Síndrome Pós-Poliomielite, que enfraquece os músculos das pessoas que contraíram o vírus a 15 anos ou mais. Com isso, ela que sempre andou, mesmo com a ajuda dos aparelhos, optou por mais conforto numa cadeira de rodas, que foi decorada especialmente para ela pelo seu marido, que é professor de educação artística. . 

Hoje ela planeja sua mudança para a Bahia, onde vai passar o resto da sua vida acompanhada do Vlad, seu marido, numa casa feita pelos dois e totalmente acessível para ela. Por mais que houveram pedras no caminho, a Filó sabe que sua família é seu porto seguro e onde ela é feliz, sem distinção alguma.

Fonte:https://www.youtube.com/c/terapiahistorias

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