19 de agosto de 2012

O Veredito do Mensalão

João Fidélis de Campos Filho

O julgamento do mensalão tornou-se o espetáculo da mídia brasileira. Vários editoriais publicados em jornais, revistas e na internet tendem a realçar este momento histórico da política brasileira analisando os desdobramentos e as consequências do veredito condenatório ou a absolvição. 38 réus que participaram de um suposto esquema de compra e venda de apoio político, denunciados por exaustivas investigações da Polícia Federal, serão julgados pela maior entidade do poder judiciário, o Supremo Tribunal Federal. Nunca na história do país isto aconteceu, o que por si só constitui um grande avanço contra a impunidade dos crimes do colarinho branco. E o interesse despertado pela nação em relação ao julgamento demonstra um amadurecimento da população em relação a uma questão que causa revolta na opinião pública: a deterioração da imagem da classe política e o empobrecimento desta instituição.

Mas este julgamento nos induz a algumas reflexões que dizem respeito principalmente à aplicação da justiça em nosso país. No caso do mensalão os crimes aconteceram há sete anos e o julgamento está ocorrendo, para os padrões brasileiros, até com certa rapidez. Contudo há processos que duram até trinta anos para serem julgados e crimes que se prescrevem neste meio tempo. Há incontáveis vítimas que se desiludem com a morosidade e as penas leves aplicadas de acordo com nosso código de leis. O mensalão se destacou porque foi um crime institucional, que nasceu de um poder constituído e eleito pela população. Se não bastasse este fato a imprensa e a opinião pública exerceram uma forte pressão para que todo este escândalo não fosse abandonado em mais uma gaveta como muitos em nosso passado recente.Para refrescar a memória do leitor, já que são tantos os casos de corrupção neste país que muita gente até se confunde, a equipe que comandava a nação na época utilizando-se do poder desviou, segundo a apuração, o dinheiro público para fraudar projetos e corromper parlamentares valendo-se de um empresário (Marcos Valério), do tesoureiro do partido (Delúbio Soares) e um banco (Banco Rural).

O resultado do mensalão terá uma repercussão quase que plebiscitária sobre a credibilidade do judiciário uma vez que prevalece em muitos pareceres um critério quase que subjetivo na interpretação da legislação em vigor. Desta maneira os votos devem ser analisados com cuidado, pois é notadamente perceptível a grande expectativa criada por todos em relação ao resultado final deste julgamento. Se os réus forem todos absolvidos depois de tudo que emergiu deste trabalho de averiguação, levado a cabo pela Polícia Federal e o Ministério Público, certamente o impacto sobre o povo brasileiro será enorme e o Judiciário que geralmente se atém basicamente ao cumprimento da legislação também será avaliado.

Espera-se isenção , bom senso e uma visão lúcida dos nossos ministros do supremo porque é uma página muito importante de nossa história política que está sendo escrita. E o que for decidido fatalmente servirá como base para futuros julgamentos políticos. Dependendo do resultado a política brasileira sairá mais fortalecida como instituição.

João Fidélis de Campos Filho-Cirurgião-Dentista

jofideli@gmail.com 

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MENSALÃO



 

14 de agosto de 2012

Valorização do Esporte...A suíça Gabrielle Andersen entra no estádio olímpico de Los Angeles em 1984, atormentada por câimbras e dores



Veja  mais sobre Gabrielle nos links:

Gabrielle Andersen - Los Angeles em 1984

Vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=CKTjdXyJuYM


"Junto com esses vídeos eu resolvi publicar no mesmo post o artigo abaixo do amigo Dr. João Fidélis, onde ele opina sobre a falta de estímulo no esporte brasileiro" .


Valorização do Esporte
O trabalho dos repórteres e narradores brasileiros durante as olimpíadas pode ser até constrangedor ou desestimulante ao repercutir os maus resultados dos atletas de nosso país, mas, ao mesmo tempo, nada pode soar mais educativo do que mostrar as deficiências e dificuldades do Brasil na área esportiva. Muitos dirão a velha máxima que “vale mais competir do que vencer”, ou que “o importante é união entre os povos”, contudo desde muitas olimpíadas atrás o Brasil vem tendo uma participação decepcionante, pífia, e é preciso enfrentar com seriedade este problema.

Para um país de dimensão continental e com 200 milhões de habitantes, que deveria ter uma participação nas olimpíadas bem mais incisiva, fica patente que o investimento em esporte segue o mesmo parâmetro que o da educação, ou seja, é relegado a segundo plano, e segue a tradição cultural brasileira de empurrar para debaixo do tapete seus problemas crônicos.

Em 2008, nas Olimpíadas de Pequim, o Brasil ficou no vigésimo terceiro lugar do ranking dos países participantes, com um total de 15 medalhas (três de ouro, quatro de prata e oito de bronze). Mesmo que consiga melhorar esta performance nos atuais jogos é necessário pensar que em 2016 as olimpíadas serão em nosso país e precisamos como anfitriões melhorar muito estes resultados.

Já há muito tempo fala-se que o principal problema do Brasil está na falta de formação de atletas nas escolas. Das mais de 50 modalidades disputadas nas olimpíadas nosso país ensina e pratica em nossas escolas apenas algumas poucas. As restantes são bancadas por clubes e instituições particulares. Dessa forma fica difícil surgirem talentos capazes de disputarem com países como a China, Estados Unidos e Reino Unido.

Há também uma evidente deficiência em nossas universidades no estímulo ao esporte, ao contrário de outros países onde o atleta que se destaca em algum esporte recebe bolsa de estudos e incentivos. No Brasil o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) só investe em atletas de ponta. Os outros atletas tem que lutar por patrocínio de empresas e clubes para treinar e manterem-se aptos para competir.

Por outro lado é importante que a população brasileira valorize e apoie outros esportes. Não podemos pensar só em futebol. É importante ajudar o crescimento de outros esportes indo a outras competições.

Dizem que o Barão Pierre de Coubertin ao criar os jogos olímpicos não tinha como objetivo uma disputa entre nações pela primazia de alguns esportes, mas sim estimular, através da competição, o esporte como algo saudável e essencial ao ser humano. Ele pensava que as medalhas tinham uma função secundária.No entanto, no fundo, elas refletem de certa maneira o que um pais tem feito pelo esporte e já está na hora do Brasil torna-lo uma de suas principais prioridades.

João Fidélis de Campos Filho-Cirurgião-Dentista


10 de agosto de 2012

Uma questão democrática?

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                         Centro de José Bonifácio-SP: Foto Rivaldo R.Ribeiro
                   
No caso das cidades com menos de 200 mil habitantes não existe o segundo turno, e isso causa uma espécie de vitória indefinida, pois na maioria das vezes os eleitos não obtém 50% dos votos +1, e isso causa uma polêmica surda durante os quatros anos do mandato do Prefeito diplomado.
Seria legitima uma escolha onde a maioria não optou por esse candidato?

No caso de José Bonifácio-SP que temos 04 candidatos será quase impossível que um deles tenha mais de 50% dos votos, portanto o eleito não será legítimo, pois não foi aceito pela maioria da população, sendo que a soma dos votos dos 03 candidatos vencidos será muito maior do que o candidato "vencedor", uma vontade popular pulverizada aos ventos...

Alem da nossa cidade com 32 mil habitantes, existem as menores com 5 mil, 3 mil eleitores que vão para as eleições escolher um infinito numero de candidatos a prefeitos e vereadores. Tudo isso com um orçamento que poderia ser usado na real necessidade dos seus povos.

Dessa forma ou haveria segundo turno para todas as cidades ou impediria a candidatura de mais de 02 candidatos. Assim o Prefeito eleito seria realmente legítimo. Propor a idéia da candidatura de dois candidatos não é antidemocrático, vejam a maior e duradoura democracia do mundo: os Estados Unidos, apenas dois candidatos disputam a Presidência da República, é uma questão de uma boa organização política, não essa confusão que está ai. 

Se meu candidato a Prefeito não tiver mais de 50% dos votos, não posso comemorar uma vitória que foi decidida apenas pela lei, não pela vontade popular.

Não seria democraticamente justo...